quarta-feira, 22 de maio de 2013

A GRAMÁTICA E A LINGUÍSTICA COM BASE EM SAUSSURE



INTRODUÇÃO


A primeira noção de Gramática ocorreu entre os gregos; era uma teoria desprovida de caráter científico, mesmo porque apoiava-se na filosofia. Os franceses deram seguimento à essa teoria - uma disciplina totalmente normativa. Esses estudos passaram para o campo da Filologia, e destaca-se, para marcar essa passagem, a Escola Filológica de Alexandria. No entanto, o termo filologia liga-se ao nome de Friedrich August Wolf a partir de 1777, e assim é até os nossos dias. Os estudos se concentravam quase que exclusivamente a assuntos literários e comparação de textos. Mais tarde iniciou-se a comparação entre as línguas, então surge a Gramática Comparada. Destaca-se o trabalho de Frans Bopp, em 1816, intitulado Sistema de Conjugação do Sânscrito, obra que estuda relações do sânscrito com o grego, latim, germânico, etc. Antes de Bopp, William Jones já havia realizado pesquisas com o sânscrito, porém a relevância desses estudos acabou ficando com Bopp.

Dessas pesquisas realizadas nada ficou muito bem comprovado, mas aí estava nascendo o estudo das relações entre as línguas como ciência autônoma. Ao lado de Bopp surgiram entre outros, Jacob Grimm ( Gramática Alemã, 1822-1836 ), Max Muller, com estudos comparativos ( Lições Sobre a Ciência da Linguagem, 1816 ), Curtius ( Princípios de Etimologia Grega, 1879 ) conciliou a Gramática com Filologia clássica, e Schleider ( Breviário de Gramática Comparada das Línguas Indo-Germânicas, 1816). Todos esses estudos não conseguiram atingir uma orientação científica, os trabalhos eram comparados mas se estudavam as comparações.

Somente a partir de 1870 é que iniciam-se as indagações significantes sobre a língua, e o no confronto das línguas românicas e germânicas a comparação obteve um sentido de linguística. A Gramática das Língua Românicas, 1836-1838 deu sua grande contribuição para esse fato. Todos os estudos realizados nessa longa viagem, sem dúvida, tiveram sua grande contribuição. Nessa época germanicistas e romanistas aventuravam-se em pesquisas, igualmente. Em 1875, o norte-americano Whitney, deu um grande impulso aos estudos com sua obra A Vida da Linguagem, surgindo assim, os neogramáticos. Em seguida surge uma importante escola alemã Junggrammatiker, grupos de linguistas que estudavam principalmente as leis fonéticas, destacando-se entre eles: K. Brugmann, H. Osthoff, W. Braune, E. Sievers, H. Paul, Leskien, etc. O grande feito dessa escola foi encadear os fatos comparativos, que até então haviam sido coletados.

Ferdinand Saussure, genebriano, conhecido como o pai da linguística, dez anos mais tarde do seu nascimento tem contato com Adolphe Pictet autor de Origenes Indo-européenes ( 1859-63 ), filólogo e amigo da família, que o orientou para seguir os estudos em lingüística. Saussure pertenceu à Sociedade Linguística de Paris, destacando-se com duas obras Essai d' une distinction de différents a indo-européens e Mémoires sur les voyelles indo-européenes em 1877 e 1878. Sua tese de doutorado versava sobre o acusativo em sânscrito. Fez parte da École Pratique des Hautes Études. O auge de seus trabalhos foi quando substituiu Joseph Wertheimer na Universidade de Genebra e lá ministrou três cursos de Linguística Geral ( 1906 -1911 ), faleceu em 1913.

Com Saussure nasce o estruturalismo linguístico e deve-se a ele a criação da teoria dos signos, ampliando, assim, o conceito de semiologia. Focou muito no estudo da língua e definiu-a pela dicotomia de significante e significado para compor o signo. Para ele, uma coisa é definida somente quando está em oposição com outra.

Seguiram a linha do estruturalismo de Saussure: Bloomfield, nos Estados Unidos; Hjelmslev, na Escandinávia; Meillet e Benveniste na França; e duas figuras muito importantes da Escola de Praga: Jakobson e Trubetzkoj.

Tamanho o conhecimento e empenho de Saussure nas pesquisas linguísticas, que lamentando que o mestre não tivesse deixado nenhum livro, seus alunos organizaram as anotações de classe e organizaram a edição do Cours de Linguistique Génerale, sabendo porém, que o mestre, como pesquisador, não havia dito tudo que pesquisara por exigências didáticas.


A TAREFA DA LINGÜÍSTICA

 

·       Descreve uma língua e conta sua história.

·       Estuda os fenômenos para deduzir as leis que os provocam.

·       Limita-se como ciência, mas tem relações profundas com outras: Fisiologia, Sociologia, Psicologia Social, etc.


O OBJETO DA LINGÜÍSTICA

 

Para os linguistas fica difícil definir o objeto da linguística sem esbarrar em outras ciências. Desta forma não se pode estudar a língua isolada da linguagem. Então, a linguística toma a língua como norma de todas as manifestações da linguagem. (há discussões sobre o fato de ser ou não natural a função propriamente da linguagem). No entanto, Saussure vê a língua como o real objeto da linguística.

 

SAUSSURIANISMO


O Cours de linguistique générale de F. de Saussure foi publicado em 1916, obra póstuma, pois Saussure faleceu em 1913 e o livro foi editado por alguns de seus alunos, entre eles - Bally, Riedlinger e Sechahaye. Por ser uma obra póstuma e resultado de anotações de alunos, sempre houve muitas divergências sobre sua autenticidade, buscavam-se os manuscritos de Saussure, os quais não foram encontrados. Entre os críticos, destaca-se Starobinsky. No entanto, o que marcou efetivamente o mérito de Saussure foi a maneira com que ele explicou os fatos linguísticos – até ele, estes eram explicados pela transformação das espécies, mas o mestre genebriano introduz uma explicação pela noção de valor, que só foi compreendida após a compreensão das dicotomias: língua x fala, forma x substância, pertinência, significante, significado e signo.

 

LINGUAGEM: LÍNGUA E FALA (LANGUE E PAROLE)


O estudo da linguagem comporta duas partes estreitamente ligadas: lingua, que é social e independente do indivíduo e fala, que é psico-física e é a parte que modifica a língua.


LÍNGUA


A língua é uma convenção, resultante de um acordo entre os seus usuários. Portanto, para eles ela é adquirida e convencional - é uma instituição social.

A língua é coletiva, é um dado social, é o mesmo sistema linguístico e usado em diferentes falas, portanto, é um mecanismo de natureza abstrata e subjaz ao ato da fala, um mecanismo virtual, ou seja, um conjunto de possibilidades combinatórias. O indivíduo não pode criá-la nem modificá-la, ela é exterior a ele. A língua aqui é definida como um sistema de elementos linguísticos. Por isso diz-se que língua é sistemática. Um sistema representa um conjunto organizado em que um elemento se define pelos outros. A língua é um sistema de signos. Cada signo se define em relação aos demais.

Para Saussure, na língua só há diferenças. Por exemplo: o valor do /l/ só é dado por sua oposição ao /r/. Para Saussure, a forma é um conjunto de relações das unidades linguísticas e para ele, língua é forma, e não substância. Por exemplo:

No jogo de xadrez, a rainha é definida por seu valor no jogo, e não pelo material de que é constituída ou pela sua forma.


FALA


A fala é particular, é um dado individual, é diferente para cada pessoa, é a concretização da língua. A fala é assistemática, é concreta, real e individual.

Cada pessoa tem sua fala, mas faz uso da mesma língua, do mesmo léxico e das mesmas regras gramaticais. As mudanças nas falas (individuais) podem afetar o sistema (a língua). Exemplo: li > lh; ni > nh: filiu > filho; mulier > mulher; vinia > vinha.

Saussure, para explicar essa dicotomia 'língua' e 'fala' usa como exemplo o jogo de xadrez. É possível substituir uma peça do tabuleiro de xadrez por um objeto qualquer, desde que se estabeleça previamente o que essa nova peça está substituindo. Saussure transfere esse exemplo para a linguagem, afirmando dessa forma que a regra do jogo, ou seja, o sistema linguístico é que é o objetivo específico da pesquisa linguística e não as jogadas, ou seja, as mensagens, às quais o sistema serve de base. A partir desse conceito fica definido que a língua é o objeto da linguística, segundo Saussure. Os fatos da língua constituem a estrutura do sistema linguístico. Portanto, língua é sistema > é arranjo > a estrutura.


A LINGUAGEM


A linguagem é atividade simbólica. É aptidão ou capacidade que se manifesta por meio de conjuntos organizados para servir de instrumento de comunicação.


SINCRONIA E DIACRONIA

 

Sincronia significa ao mesmo tempo. Saussure deu extrema importância a esse fenômeno. Estuda-se a língua por um recorte, o que permite descrever concretamente o seu funcionamento num dado momento e lugar, podendo analisar o seu estado sem se preocupar com as mudanças ocorridas através no tempo. Uma análise sincrônica:

comer: comer/comilança/comida/comilão. Portanto, com seria radical.

Diacronia significa através do tempo. Esse estudo permite observar as mudanças que ocorre com a língua através do tempo, descrevendo, comparando suas diversas etapas e estabelecendo conclusões sobre a sua evolução. Este é o processo tomado pela Linguística Comparativa e Histórica e é por meio desse processo diacrônico que chega-se às origens das diversas línguas. Por exemplo: uma análise diacrônica: comer: do latim edere: cum (prefixo) + edere > cumedere > comer. Do ponto de vista diacrônico com seria prefixo.

 

SAUSSURE INSTAURA A IDEIA DE 'SIGNO'

 

Signo: significante e significado. A unidade linguística é uma coisa dupla, constituída da união de dois termos unidos ao nosso cérebro por um vínculo de associação. (CL.p.80).

O signo linguístico une um conceito e uma imagem acústica, ou seja, a impressão psíquica do som da palavra. Podemos falar sem mover os lábios. O conceito corresponde ao significado, a imagem acústica ao significante. Segundo Saussure, a imagem acústica subordina o ato articulatório.

Para explicar o signo, Saussure propõe duas propriedades:


1ª - O SIGNO É ARBITRÁRIO


Isso quer dizer que não há um laço natural entre o significante e o significado: a ideia de "mar" não tem relação com a sequência de sons "m-a-r" (conf. p. 81). Nem mesmo com símbolo Saussure associa o signo, pois, segundo ele, o símbolo teria uma relação com o objeto representado.

Saussure completa seu argumento usando o exemplo: "o significado da palavra francesa boeuf (=boi) tem por significante b-ö-f de um lado da fronteira franco-germânica, e o-k-s (Ochs) do outro"(p.82).(..) queremos dizer que o significante é imotivado, isto é, arbitrário em relação ao significado, com o qual não tem nenhum laço natural na realidade.


Observação: O linguista Benveniste tem uma outra concepção para a arbitrariedade do signo linguístico.


2ª: CARÁTER LINEAR DO SIGNIFICANTE


O significante é constituído por uma sequência de sons, e sendo de natureza acústica (auditiva), desenvolve-se no tempo. Em oposição a escrita desenvolve-se espacialmente. Assim sendo, tem o caráter linear por desenvolver-se no tempo e sua extensão medida em segmento linear: um som após o outro, de acordo com cada cultura. Entende-se por isso que, os elementos dos enunciados são distintos, diferentes entre si. Ao falar, emitimos um fonema de cada vez, linearmente, ou seja em linha - por isso, diz-se caráter linear do significante. Nas palavras de Sausssure:


(...) os significantes acústicos dispõem apenas da linha do tempo; seus elementos se apresentam um após outro; formam uma cadeia. Esse caráter aparece imediatamente quando os representamos pela escrita e substituímos a sucessão do tempo pela linha espacial dos signos gráficos. (CLG:84)


Observação: Também o conceito de linearidade proposto por Saussure foi questionado por Jakobson ao afirmar que qualquer fonema é constituído por um feixe de sons. Por exemplo: o fonema /b/ é bilabial, oclusivo, sonoro, oral. No entanto, Saussure considera a individualidade do fonema como único ao contrapor-se com os outros.

 

PARADIGMA VERSUS SINTAGMA


Para construir um texto, as palavras precisam ser selecionadas dentro de uma língua e distribuídas em vários paradigmas (modelos). O segundo passo é combinar essas palavras selecionadas para formar sentenças e assim, o texto vai sendo construído - esse é o eixo sintagmático.

Os signos linguísticos selecionados, combinam-se em sequências num alinhamento, em virtude do caráter linear do significante, isto é, não se pode pronunciar dois elementos ao mesmo tempo: na cadeia da fala os elementos estão alinhados um após o outro, constituindo pois, os sintagmas.

Pode-se dizer por isso: as relações paradigmáticas baseiam-se na escolha dos signos linguísticos. As relações sintagmáticas constituem-se pela combinação desses signos.


Exemplos:


A palavra ensinamento pertence ao mesmo paradigma de aprendizagem e educação, com relação ao significado. Quanto ao significante, estabelece relações associativas com elemento, lento, etc.; quanto à morfologia, estabelece relações associativas ( paradigmáticas ) com ensinar, ensinamos, etc, de um lado, e de outro com armamento, desfiguramento, etc.


FATORES EXTERNOS E FATORES INTERNOS

 

Os fatores externos que fazem parte da história de um povo contribuem para a formação dessa língua, mas não modificam os seus fatores internos, isto é, o seu sistema.


PRIVILÉGIO DA ESCRITA SOBRE A FALA

 

O prestígio da escrita sobre a fala é justificado por várias razões, entre elas: a oficialidade dos registros, a forma escrita é mais fácil de ser conservada como unidade linguística, as impressões visuais são mais duradouras do que as acústicas, o posicionamento dos linguistas em caso de desacordo ainda não é reconhecido como deveria ser.

Há, porém, desacordos entre esses dois sistemas: - as línguas evoluem e a escrita fica estagnada e quando se faz necessário é a escrita que tem de se atualizar para equiparar-se à fala.


SISTEMAS DE ESCRITA

 

Há dois sistemas de escrita: Ideográfico, aquele em que a palavra é representada por um único signo para a compreensão de ideias ou objetos e não se relaciona com os sons que a compõe; o sistema fonético, que utiliza signos que representam não só objetos e ideias como também os sons para a escrita das palavras.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


SAUSSURE, Ferdinand de. Curso de Linguística Geral. São Paulo:Cultrix, 2006.

MUSSALIM, F. & Bentes, A. C. (orgs.) Introdução à Lingüística 1. São Paulo: Cortez, 2003. cap.2










quinta-feira, 16 de maio de 2013

ANDRAGOGIA: A APRENDIZAGEM NOS ADULTOS





INTRODUÇÃO

Mais do que uma novidade, ao iniciar este tema na minha pesquisa exploratória e descritiva, certamente vai surgir muitas perguntas curiosas. A Andragogia é a grande revolução tecnológica para obtenção da excelência organizacional, uma vez que ela trata do desenvolvimento da pessoa adulta. As relações responsáveis pela reatividade dos profissionais devem ser substituídas pelas relações andragógicas, que buscam a conscientização da maioridade dos empregados e os conduzem à pro atividade responsável. O gerenciamento das rotinas diárias das organizações deve ser embasado nos princípios andragógicos para se obter o comprometimento de todos no esforço de transformação de sua otimização. Sem mudanças das relações entre líder e liderado, não é possível a mudança organizacional para uma atuação competitiva[1].
Cristo sempre usou parábolas para provocar a reflexão e ação nos seus seguidores a respeito dos princípios dos seus ensinamentos. Seus discípulos eram desafiados, constantemente, a formularem uma estruturação mental própria para terem acesso ao significado das suas mensagens. Ele foi tão efetivo que, mesmo com uma clientela tão mista de aprendizes-analfabetos e doutores, conseguiu resultados que até hoje continua transformando pessoas no mundo inteiro com a sua mensagem. A porção bíblica abaixo evidencia este fato:


Duro é este discurso, quem o pode ouvir?... Então perguntou Jesus aos doze: Porventura quereis também vós outros retirar-vos? Respondeu-lhe Simão Pedro: Senhor, para onde iremos? Tu tens as palavras de vida eterna; e nós temos crido e conhecido que tu és o Santo de Deus. João 6:60

Outros na Antigüidade, como Confúcio e Lao Tse na China; Aristóteles, Sócrates e Platão na Grécia antiga; Cícero, Evelid e Quintillian na antiga Roma, foram também exclusivos educadores de adultos. A percepção desses grandes pensadores quanto à aprendizagem, era de que ela é um processo de ativa indagação e não de passiva recepção de conteúdos transmitidos. Por isso suas técnicas educacionais desafiavam o aprendiz para a indagação. Os gregos, por sua vez, inventaram o que se chama de Diálogo de Sócrates, no qual o líder, ou algum outro membro de grupo, apresenta seu pensamento e experiência para, a partir daí, os liderados buscarem solução para um determinado assunto[2].
Apesar dos referenciais da Antigüidade acima, a história explícita da Andragogia tem suas raízes na pedagogia e por isso temos que resgatar um pouco da sua memória evolutiva. No começo do século VII, foi iniciada na Europa escolas para o ensino de crianças, cujo objetivo era - preparar jovens rapazes para o serviço religioso - eram as conhecidas Catedrais ou Escolas Monásticas. Os professores dessas escolas tinham como missão a doutrinação dos jovens na crença, fé e rituais da igreja. Eles ajuntaram uma série de pressupostos sobre aprendizagem, ao que denominaram de "pedagogia" - a palavra, literalmente, significa "a arte e ciência de ensinar crianças"[3].
Esse modelo de educação monástico foi mantido através dos tempos até o século XX, por não haver estudos aprofundados de sua inadequação para outras faixas etárias que não a infantil. Infelizmente ele veio a ser a base organizacional de todo o nosso sistema educacional, incluindo o empresarial. Entretanto, logo após a Primeira Guerra Mundial, começou a crescer nos Estados Unidos e na Europa um corpo de concepções diferenciadas sobre as características do aprendiz adulto. Mais tarde, após o intervalo de duas décadas, essas concepções se desenvolveram e assumiram o formato de teoria de aprendizagem, com o suporte das idéias dos pensadores[4].
Nosso sistema acadêmico cresce em ordem inversa: disciplinas e professores constituem o centro educacional. Na educação convencional é exigido do estudante ajustar-se ao currículo estabelecido; na educação de adulto o currículo é construído em função da necessidade do estudante. Todo adulto se vê envolvido com situações específicas de trabalho, de lazer, de família, da comunidade, etc. - situações essas que exigem ajustamentos. O adulto começa nesse ponto. As disciplinas acadêmicas só devem ser introduzidas quando necessárias[5]. Kelvin Miller afirma que estudantes adultos retêm apenas 10% do que ouvem, após 72 horas. Entretanto serão capazes de lembrar de 85% do que ouvem, vêm e fazem, após o mesmo prazo. Ele observou ainda que as informações mais lembradas sejam aquelas recebidas nos primeiros 15 minutos de uma aula ou palestra. Para melhorar estes números, faz-se necessário conhecer as peculiaridades da aprendizagem no adulto e adaptar ou criar métodos didáticos para serem usados nesta população específica.
Linderman, E.C, em 1926, pesquisando as melhores formas de educar adultos para a "American Association for Adult Education" identificou, pelo menos, cinco pressupostos-chave para a educação de adultos e que mais tarde transformaramse em suporte de pesquisas. Hoje eles fazem parte dos fundamentos da moderna teoria de aprendizagem de adulto[6]:

1. Adultos são motivados a aprender na medida em que experimentam que suas necessidades e interesses serão satisfeitos. Por isto estes são os pontos mais apropriados para se iniciar a organização das atividades de aprendizagem do adulto.

2. A orientação de aprendizagem do adulto está centrada na vida; por isto as unidades apropriadas para se organizar seu programa de aprendizagem são as situações de vida e não disciplinas.

3. A experiência é a mais rica fonte para o adulto aprender; por isto, o centro da metodologia da educação do adulto é a análise das experiências.

4. Adultos têm uma profunda necessidade de serem auto dirigidos; por isto, o papel do professor é engajar-se no processo de mútua investigação com os alunos e não apenas transmitir-lhes seu conhecimento e depois avaliá-los.

5. As diferenças individuais entre pessoas crescem com a idade; por isto, a educação de adultos deve considerar as diferenças de estilo, tempo, lugar e ritmo de aprendizagem[7].

Até 1940, apesar de haver elementos suficientes para a elaboração de uma teoria compreensível sobre a aprendizagem de adulto, esses elementos estavam dispersos e necessitavam de uma unificação teórica. Entre 1940 e 1950 esses princípios foram esclarecidos, reelaborados e incorporados a uma explosão de conhecimentos oriundos de várias disciplinas das ciências humanas[8].
Consta na bibliografia que Sigmund Freud, apesar de não ter formulado uma teoria específica de aprendizagem, muito contribuiu com seus estudos sobre o "subconsciente e comportamento". Seus conceitos sobre ansiedade, repressão, fixação, regressão, agressão, mecanismos de defesa, projeção e transferência (bloqueando ou motivando a aprendizagem) têm sido objeto de discussão na formulação da teoria de aprendizagem.
Outro estudioso do assunto, Carl Jung, com sua visão holística, forneceu um grande suporte para a Andragogia, ao introduzir a noção da consciência humana possuir quatro funções, ou quatro maneiras de extrair informações das experiências para a internalização da compreensão: sensação, pensamento,emoção e intuição[9].
Em 1950, Malcolm Knowles, começou uma tentativa de formular a Teoria de Aprendizagem de Adultos e mais tarde, em 1960, pela primeira vez, teve contato com a palavra Andragogia através de um educador iugoslavo, que participava de um Workshop de Verão na Universidade de Boston. Foi então quando ele entendeu o significado da palavra e a adotou como a mais adequada para expressar a "arte e ciência de ajudar adulto a aprender". Quando Professor Dr. Knowles começou a construir o modelo andragógico de educação, ele o concebeu como a antítese do modelo pedagógico: "Andragogia x Pedagogia"[10]. Mais tarde a escola secular começou a se organizar dentro do mesmo modelo, dando origem à Escola Pública no Século XIX.
Desta forma todo o sistema educacional, incluindo a educação de alto nível, ficou congelado dentro do modelo pedagógico[11].
A educação dirigida pelo professor deixa para o aprendiz apenas o papel de submissão às suas instruções. Isto porque suas premissas, acerca do aprendiz, resumem-se em:

1. A necessidade de conhecer. Aprendizes necessitam saber somente o que o professor tem a ensinar, se eles querem ser aprovados; eles não precisam saber o como aplicarão o ensinamento em suas vidas.

2. O autoconceito do aprendiz. O conceito do professor sobre o aprendiz é o de uma pessoa dependente, por isto, o autoconceito do aprendiz se torna o de personalidade dependente.

3. O papel da experiência. A experiência do aprendiz tem pouco valor como fonte de aprendizagem; a experiência considerada é a do professor, do livro didático, do escritor e dos recursos audiovisuais. Por isto, técnicas de transmissão - leituras, dever de casa, etc., são a essência da metodologia pedagógica.

4. Prontidão para aprender. Aprendizes estão prontos para aprender o que o professor determina que eles devam aprender, se eles querem passar de ano.

5. Orientação para aprendizagem. Aprendizes têm a orientação de aprendizagem voltada para disciplinas; eles vêem o aprendizado como uma aquisição de conteúdos. Por isto, as experiências de aprendizagem são organizadas de acordo com a lógica de conteúdo programático.

6. Motivação. Aprendizes são motivados a aprenderem através de motivadores externos, tais como notas, aprovação/reprovação, pressões dos pais, etc.

AS PREMISSAS ANDRAGÓGICAS

Diante dos seis pressupostos pedagógicos mencionados anteriormente, a Andragogia se dispôs a questionar a validade dos mesmos para o relacionamento educacional com adultos. Afinal das contas, o respeito à maioridade da pessoa madura é o ponto fundamental para se estabelecer uma relação de efetiva aprendizagem. Esse respeito passa pela compreensão de que o adulto é sujeito da educação e não o objeto da mesma. Daí a inconveniência do professor como principal referência da relação educacional e a fonte do conhecimento a ser depositado no reservatório do aprendiz, o que Paulo Freire denomina de "Educação Bancária". O indivíduo que intencionar trabalhar na educação de adultos tem que, antes de tudo, ser humilde para descer do pedestal da sua cátedra e se estabelecer no mesmo plano de aprendizagem, para, numa mútua relação de compartilhamentos, se desenvolverem com o aprendiz.
Considerando, portanto, que o aprendiz adulto[12] interage diferentemente da criança na relação educacional, as premissas pedagógicas mencionadasanteriormente, devem ser substituídas pelas Andragógicas nos seguintes termos:

1. Necessidade de conhecer. Aprendizes adultos sabem mais do que ninguém, da sua necessidade de conhecimento e para eles o como colocar em prática tal conhecimento no seu dia-a-dia é fator determinante para o seu comprometimento com os eventos educacionais.

2. Autoconceito de aprendiz. O adulto, além de ter consciência de sua necessidade de conhecimento, é capaz de suprir essa carência de forma independente. Ele tem capacidade plena de se autodesenvolver.

3. O papel da experiência. A experiência do aprendiz adulto tem central importância como base de aprendizagem. É a partir dela que ele se dispõe, ou se nega a participar de algum programa de desenvolvimento. O conhecimento do professor, o livro didático, os recursos audiovisuais, etc., são fontes que, por si mesmas, não garantem influenciar o indivíduo adulto para a aprendizagem. Essas fontes, portanto, devem ser vistas como referenciais opcionais colocados à disposição para livre escolha do aprendiz.

4. Prontidão para aprender. O adulto está pronto para aprender o que decide aprender. Sua seleção de aprendizagem é natural e realista. Em contrapartida, ele se nega a aprender o que outros lhe impõem como sua necessidade de aprendizagem.

5. Orientação para aprendizagem. A aprendizagem para a pessoa adulta é algo que tem significado para o seu dia-a-dia e não apenas retenção de conteúdos para futuras aplicações. Como conseqüência, o conteúdo não precisa, necessariamente, ser organizado pela lógica programática, mas sim pela bagagem de experiências acumuladas pelo aprendiz.

6. Motivação. A motivação do adulto para aprendizagem está na sua própria vontade de crescimento, o que alguns autores denominam de "motivação interna" e não em estímulos externos vindo de outras pessoas, como notas de professores, avaliação escolar, promoção hierárquica, opiniões de "superiores", pressão de comandos, etc.

Concluindo a discussão sobre a definição do ser adulto, é importante frisar que não podemos divorciar tal conceito do contexto social, sob o risco de sua alienação, uma vez que é o acordo entre os indivíduos da sociedade que estabelece o padrão de vida comunitária. Daí o conceito poder variar de sociedade para sociedade.
Uma vez estabelecido o que entendemos por ser adulto, podemos, a seguir, refletir nos princípios que devem nortear o relacionamento com a pessoa madura. Elaboramos quatorze princípios, em apologia aos 14 pontos de Deming, para expressar a essência da Andragogia, ao mesmo tempo em que fornecemos um referencial objetivo para o relacionamento de cunho educacional na organização.

Princípio 1

O adulto é dotado de consciência crítica e consciência ingênua. Sua postura proativa ou reativa tem direta relação com seu tipo de consciência predominante.

Princípio 2

Compartilhar experiências é fundamental para o adulto, tanto para reforçar suas crenças, como para influenciar as atitudes dos outros;

Princípio 3

A relação educacional de adulto é baseada na interação entre facilitador e aprendiz, onde ambos aprendem entre si, num clima de liberdade e pró-ação.

Princípio 4

A negociação com o adulto sobre seu interesse em participar de uma atividade de aprendizagem é chave para sua motivação;

Princípio 5

O centro das atividades educacionais de adulto é na aprendizagem e jamais no ensino;
           
Princípio 6

O adulto é o agente de sua aprendizagem e por isso é ele quem deve decidir sobre o que aprender;

Princípio 7

Aprender significa adquirir: Conhecimento - Habilidade - Atitude (CHA); O processo de aprendizagem implica na aquisição incondicional e total desses três elementos.

Princípio 8

O processo de aprendizagem do adulto se desenvolve na seguinte ordem: Sensibilização (motivação) - Pesquisa (estudo) - Discussão (esclarecimento) - Experimentação (prática) - Conclusão (convergência) – Compartilhamento (sedimentação);

Princípio 9

A experiência é o melhor elemento motivador do adulto. Portanto, o ambiente de aprendizagem com pessoas adultas é permeado de liberdade e incentivo para cada indivíduo falar de sua história, idéias, opinião, compreensão e conclusões;

Princípio 10

O diálogo é a essência do relacionamento educacional entre adultos, por isso a comunicação só se efetiva através dele;

Princípio 11

A práxis educacional do adulto é baseada na reflexão e ação, conseqüentemente os assuntos devem ser discutidos e vivenciados, para que não se caia no erro de se tornar verbalistas - que sabem refletir, mas não são capazes de colocar em prática; ou ativistas - que se apressam a executar, sem antes refletir nos prós e contras;

Princípio 12

Quem tem capacidade de ensinar o adulto é apenas Deus que conhece o íntimo da pessoa e suas reais necessidades. Portanto se você não é Deus, não se atreva a desempenhar esse papel!

Princípio 13

O professor tradicional prejudica o desenvolvimento do adulto, pois o coloca num plano inferior de dependência, reforçando, com isso, seu indesejável comportamento reativo próprio da fase infantil;
           
Princípio 14

O professor que exerce a "Educação Bancária" - depositador de conhecimentos - cria a perniciosa relação de "Opressor & Oprimido", que pode influenciar, negativamente, o modelo cognitivo do indivíduo pela vida inteira.

Os estudantes universitários não são exatamente adultos, mas estão próximos desta fase de suas vidas. O ensino clássico pode resultar, para muitos deles, num retardamento da maturidade, já que exige dos alunos uma total dependência dos professores e currículos estabelecidos. As iniciativas não encontram apoio, nem são estimuladas. A instituição e o professor decidem o que, quando e como os alunos devem aprender cada assunto ou habilidade. E estudantes deverão se adaptar a estas regras fixas[13].

CONCLUSÃO

Para evitar este lado negativo do ensino universitário, é necessário que sejam introduzidos conceitos andragógicos nos currículos e abordagens didáticas dos cursos superiores com cautela, pois a maioria dos universitários está na fase de transição e, para que não haja, também, um abandono definitivo dos métodos clássicos. Eles precisarão ainda de que lhes seja dito o que aprender e lhes seja indicado o melhor caminho a ser seguido. Mas devem ser estimulados a trabalhar em grupos, a desenvolver idéias próprias, a desenvolver um método pessoal para estudar, a aprender como utilizar de modo crítico e eficiente os meios de informação disponíveis para seu aprendizado. Por outro lado, migrar do ensino clássico para os novos enfoques andragógicos é, no mínimo, trabalhoso e o corpo docente envolvido nesta migração precisa ser bem preparado, inclusive através de programas andragógicos próprios para o treinamento de educadores de adultos.
O professor precisa se transformar num tutor eficiente de atividades de grupos, devendo demonstrar a importância prática do assunto a ser estudado, deve transmitir o entusiasmo pelo aprendizado, a sensação de que aquele conhecimento fará diferença na vida dos alunos; ele deve transmitir força e esperança, a sensação de que aquela atividade está mudando a vida de todos e não simplesmente preenchendo espaços em seus cérebros. Adultos sentem a necessidade de serem vistos como independentes e se ressentem quando obrigados a aceder ao desejo ou às ordens de outrem. Por outro lado, devido a toda uma cultura de ensino onde o professor é o centro do processo de ensino-aprendizagem, muitos ainda precisam de um professor para lhes dizer o que fazer.
Alguns adultos preferem participar do planejamento e execução das atividades educacionais. O professor precisa se valer destas tendências para conseguir mais participação e envolvimento dos estudantes. Isto pode ser conseguido através de uma avaliação das necessidades do grupo, cujos resultados serão enfaticamente utilizados no planejamento das atividades. A independência, a responsabilidade será estimulada pelo uso das simulações, apresentações de casos, aprendizagem baseada em problemas, bem como nos processos de avaliação de grupo e autoavaliação.

REFERÊNCIAS
           
BERNARDO, Gustavo. Educação pelo argumento. Rio de Janeiro: Editora Rocco, 2000.

CARVALHO, José Sergio de. Construtivismo, uma pedagogia esquecida da escola. Porto Alegre: Editora Arquimedes, 2004.

CASTILHOS, Maria Terezinha de Jesus. Avaliação escolar: contribuições do Direito Educacional. Rio de Janeiro: Editora WAK, 2003.

DEMO, Pedro. Introdução à metodologia da ciência. São Paulo: Atlas, 1987.

____________. Ser professor é cuidar que o aluno aprenda. Porto Alegre: Editora Mediação, 2003.

___________. Professor do Futuro e Reconstrução do Conhecimento. Petrópolis, RJ: Vozes, 2004.
           
FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1994.

____________. Educação e Mudança. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983.

____________. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1998.
           
LIBÂNEO, JOSE CARLOS. "Os conteúdos escolares e sua dimensão críticosocial". Revista da Ande, (11): 5-13, São Paulo, 1986.

LIMA, Arievaldo Alves de. O que há de novo na Educação Superior. http:// www.estacio.br/graduacao/cienciascontabeis/artigos/denovo_edsuperior.asp. Acesso maio 2005.

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[1]A Educação de Adultos é uma prática tão antiga quanto à história da raça humana, ainda que só recentemente ela tenha sido objeto de pesquisa científica. A nossa herança cristã, por exemplo, com cerca de dois mil anos, apresenta no Livro Sagrado, fartos exemplos de relacionamento educacional adulto através dos patriarcas, sacerdotes e o próprio Jesus Cristo que foi, por excelência, o maior educador de adultos de todos os tempos.
[2] Sócrates forjou a palavra “maiêutico” a partir de “maia”, que em grego significa parteira (sua mãe, Fenaretes, era parteira). Sócrates queria dizer que o método maiêutico seria aquele em que o mestre nada ensina, apenas estimula o discípulo a “parir” os conceitos que traz em gestação dentro de si.
[3]A etimologia da palavra é grega: "paido", que significa criança, e "agogus" que significa educar. Segundo historiadores, a “Idade das Trevas”, ficou caracterizada pela criação de conventos beneditinos para preparação de jovens para os serviços religiosos. Diferente da academia e do liceu grego, não admitia liberdade, criatividade ou valores pessoais dos alunos. A nossa pedagogia atual é descendente direta desta escola medieval.
[4] Eduard C. Lindeman (USA) foi um dos maiores contribuidores para pesquisa da educação de adultos através do seu trabalho "The Meaning of Adult Education", publicado em 1926. Suas idéias eram fortemente influenciadas pela filosofia educacional de John Dewey.
[5] “Textos e professores têm um papel secundário nesse tipo de educação; eles devem dar a máxima importância ao aprendiz.” (Lindman, 1926, pp. 8-9).
[6] Os estudos de Linderman foram baseados nas experiências de Alexander Kapp, professor alemão que em 1833, utilizando os elementos da Teoria de Educação de Platão em suas teses, criou o vocábulo Andragogia.
[7] Muitos outros estudos foram continuados por vários pesquisadores, entre os quais Edward L. Thorndike (The Adult Learning -1928/USA), Lawrence P. Jacks (Journal of Adult Education-1929/Inglaterra).
[8]A Psicoterapia, por exemplo, foi uma das ciências que mais contribuíram para a Andragogia. Isto porque os psicoterapeutas estão voltados essencialmente para a reeducação e em especial da população adulta.
[9] Carl R. Rogers, talvez o psicoterapeuta mais específico na educação de adultos, enfatiza que em geral, terapia é um processo de aprendizagem. Ele desenvolveu dezenove proposições para a teoria da personalidade e comportamento, baseado nos estudos da terapia do adulto. Com isto ele fez um paralelo entre ensino centrado no estudante e terapia centrada no cliente. Para Rogers não podemos ensinar diretamente outra pessoa; podemos, apenas, facilitar sua aprendizagem. (Rogers, 1951, p.132). Uma pessoa aprende, significativamente, somente aquelas coisas que percebe estarem ligadas com a manutenção, ou ampliação da estrutura do seu eu.
[10] Os pressupostos da Pedagogia baseiam-se nos princípios de ensinar e aprender introduzidos no Século VII.
[11] Segundo a análise de Knowles, o modelo pedagógico preconiza total responsabilidade do professor para as decisões sobre o que será ensinado, como será ensinado e se foi aprendido.
[12]Qualificamos como indivíduo maduro o suficiente para assumir as responsabilidades por seus atos diante da sociedade. Entretanto, a maturidade humana apresenta certa complexidade para a definição dos seus limites e por isso varia de cultura para cultura. Para a elaboração de um conceito mais completo e objetivo devemos considerar, pelo menos, quatro aspectos da capacidade humana: sociológico, biológico, psicológico e jurídico.
[13]Alguns alunos sem dúvida conseguem manter seus planos e ideais, suas metas e trajetórias, reagindo contra estas imposições e buscando seus próprios caminhos. Geralmente serão penalizados por baixos conceitos e notas, já que não seguem as regras da instituição. Os demais se verão forçados a deixar adormecer suas iniciativas, algumas vezes marcando de forma profunda suas personalidades.