Blog “Educação, Didática, Pedagogia e Andragogia”, de autoria de
Superdotado de Álaze Gabriel. Disponível em http://educacaodidaticapedagogiaeandragogia.blogspot.com.br/
A DIDÁTICA COMO
ELEMENTO CONSTRUTIVO DO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM
RESUMO
A discussão sobre o papel da didática no processo de ensino-aprendizagem
leva-nos a refletir uma educação acessível a todos e que respeite as
peculiaridades humanas. Partindo desse pressuposto, torna-se necessária uma
mudança na transmissão de conhecimentos no âmbito escolar, uma reformulação do
ato educativo, buscando despertar a criticidade dos cidadãos em face à
realidade. Contudo, este artigo está apresentado de forma dissertativa e
estruturado com subitens especificados.
INTRODUÇÃO
O presente artigo consiste em analisar
o papel da didática como um elemento construtivo do processo
ensino-aprendizagem, fazendo uma abordagem sobre diversos aspectos que
consideramos ser de relevância para o estudo supracitado, dentre eles:
conceituar a didática; destacar o aluno no contexto educacional; analisar os
aspectos do processo de ensino-aprendizagem e métodos avaliativos.
Este trabalho vem organizado por
subtemas os quais são eles: Conceituando a Didática; O aluno inserido no
Contexto Educacional; Professor: Sujeito ou Objeto da História?; Relação
Professor-Aluno; O Processo de Ensino-Aprendizagem; Processos Avaliativos no
Contexto Educacional e Aspectos Socioculturais e Sócio-Econômicos da Educação.
CONCEITUANDO A DIDÁTICA
O vocábulo, didática deriva
da expressão grega Τεχνή διδακτική (techné didaktiké), que se traduz por arte
ou técnica de ensinar. Enquanto adjetivo derivado de um verbo, o vocábulo
referido origina-se do termo διδάςκω (didásko) cuja formação lingüística –
nota-se a presença do grupo σκ (sk) dos verbos incoativos - indica a
característica de realização lenta através do tempo,
própria do processo de instruir (DIDATICA, 2008)
De certo modo podemos dizer que a
Didática é uma ciência cujo objetivo fundamental é ocupar-se das estratégias de
ensino, das questões práticas relativas à metodologia e das estratégias de
aprendizagem.
O ALUNO INSERIDO NO CONTEXTO
EDUCACIONAL
O aluno no processo educacional é visto
como um fator essencial para a construção do conhecimento, e não só como um
mero recebedor de conteúdos. A busca pelo saber não está ligado exclusivamente
no ato de ouvir, copiar e fazer exercícios, pois neste aspecto metodológico os
alunos devem permanecer calados e quietos em suas carteiras, entretanto, é
possível realizar vários tipos de propostas que pressupõem a participação ativa
do aluno e não se limitar apenas aos aspectos intelectuais ou a memorização de conteúdos
julgados como relevantes, segundo Reznike e Ayres (1986 apud CANDAU, 1988, p.
121), “Quando falamos em reavaliação crítica, estamos atendendo não só para o
processo em si do ato educativo, mas também para tudo aquilo que os alunos já
trazem enquanto vivência, enquanto formação cultural”.
Partindo desse pressuposto podemos
dizer que o educando pode despertar a sua criticidade a partir do momento em
que se deixa envolver pelas questões políticas, sociais e culturais relevantes
que existem no meio em que vive, e leva essas discussões para dentro da sala de
aula, interagindo com os demais, formando inúmeras opiniões com relação ao
contexto social, político e cultural no qual está inserido.
PROFESSOR: SUJEITO OU OBJETO DA
HISTÓRIA?
A priori podemos definir o educador
como sujeito da história ou objeto da mesma, onde ele se torna sujeito a partir
do momento em que participa da história de desenvolvimento do povo, agindo
juntamente com os demais, engajado nos movimentos sociais, construindo aparatos
de ensino como fonte inovadora na busca pelo conhecimento. Conforme Luckesi
(1982 apud CANDAU, 1982, p.27), “[...] compreendo o educador como um sujeito,
que, conjuntamente com outros sujeitos, constrói, em seu agir, um projeto
histórico de desenvolvimento do povo, que se traduz e se executa em um projeto
pedagógico”.
Deixando claro que o educador e a
educação não mudam totalmente e nem criam um modelo social, ambos se adequam em
busca de melhorias para alguns problemas existentes no meio, até porque nossa
sociedade é regida por diretrizes vindas do centro do poder. Já como objeto da
história o educador sofre as ações dos movimentos sociais, sem participação
efetiva na construção da mesma, para Luckesi (1982) esse tipo de professor não
desempenha o seu papel, na sua autenticidade, diríamos que o educador é um ser
humano envolvido na prática histórica transformadora. A partir disso podemos
dizer que o professor pode ser um formador de opiniões e não somente um
transmissor de ideias ou conteúdos.
RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO
Já tratamos das personagens aluno e
professor anteriormente. Entretanto, ambos foram mencionados de forma isolada e
peculiar. Este subtema surge com o propósito de levantar uma análise crítica em
referência à relação professor-aluno em ambiente didático, estabelecendo
conexões histórico-sociais que até hoje semeiam e caracterizam a educação
brasileira, a maior delas tida como a Pedagogia Tradicional, a qual é encarada
por Freire (1983) como uma educação de consciência bancária.
O professor ainda é um ser superior que
ensina a ignorantes. Isto forma uma consciência bancária. O educando recebe
passivamente os conhecimentos, tornando-se um depósito do educador. Educa-se
para arquivar o que se deposita (FREIRE, 1979, p. 38).
Acerca desse questionamento de Freire
(1979) está explícita também a relação de submissão dos alunos em relação à
autoridade do professor, autoridade esta que muitas vezes é confundida com
autoritarismo, e que associada às normas disciplinares rígidas da escola – a
qual também possui papel fundamental na formação, uma vez que esta é a
instituição que delimita as normas de conduta na educação – implicam na perda
de autonomia por parte do aluno no processo ensino-aprendizagem.
Para ilustrar este fato, recorremos ao
baú de nossas memórias, pois acreditamos que a maioria já deva ter presenciado
esta situação bem característica da Pedagogia Tradicional, que consiste em
descrever um ambiente de sala de aula ocupado pelo professor e seus respectivos
alunos.
Esta situação é verídica até os dias de
hoje em nossas escolas, inclusive, na maior parte delas, já que nessas classes
de aula sempre encontramos as carteiras dos alunos dispostas em colunas e bem
ao centro da sala fica a mesa do professor, que ocupa o centro para privilegiar
o acesso a uma visão ampla de todo o corpo estudantil, impondo a estes sua
disciplina e autoridade, uma das razões que leva o aluno a ver o professor como
uma figura detentora do conhecimento, conforme argumenta Freire (1983), em suas
análises sobre a consciência bancária, expressão já descrita anteriormente no
início deste subtema.
É necessário refletir acerca deste
cenário real, pois que estamos discutindo a didática no processo de
ensino-aprendizagem e para isto torna-se imprescindível a compreensão dos fatos
e a disposição da sociedade, principalmente os órgãos de ensino a repensarem
seus métodos de parâmetros educacionais, a fim de promover uma educação
renovada em aspectos sociais, políticos e culturais concretizados por Freire em
seu livro Educação e Mudança, onde ele afirma que o destino do homem deve ser
criar e transformar o mundo, sendo o sujeito de sua ação.
O PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM
Vários são os fatores que afetam o
processo de ensino-aprendizagem, e a formação dos educadores é um deles e que
tem papel fundamental no que se refere a este processo. Essa formação tem
passado por um momento de revisão no que se diz respeito ao papel exercido pela
educação na sociedade, pois é percebível a falta de clareza sobre essa função
de educador (VEIGA, 2005)
Ainda hoje existem muitos que
considerem a educação como um elemento de transformação social, e para que esse
quadro modifique-se, faz-se necessário uma reflexão pedagógica, na qual busque
questionar essa visão tradicional(FREIRE, 1978).
Deste modo, fica evidente que a
formação dos educadores nesse contexto é entendida meramente como conservadora
e reprodutora do sistema educacional vigente, ficando notório que esses
educadores são tidos apenas como aliados à lei da manutenção da estrutura
social, ou seja, um suporte às ideologias da superestrutura e não como um
elemento mobilizador de sua transformação.
Destas análises emerge com clareza o
papel conservador e reprodutor do sistema educacional, verdadeiro aliado da manutenção
da estrutura social, muito mais do que elemento mobilizador de sua
transformação (CANDAU, 1981).
Muitos desses educadores sentem uma
sensação de angústia e questionamento da própria razão de ser do engajamento
profissional na área educativa, segundo Candau (1981).
RELAÇÃO TEORIA E PRÁTICA E A EDUCAÇÃO
FÍSICA
“A teoria e a prática são bastante
dissociadas, porque a realidade não permite a aplicação do conteúdo aprendido”.
“Existe uma grande distância entre os conhecimentos adquiridos durante o curso
e o que o aluno encontra na prática, sendo necessário uma revisão daquilo que é
ensinado”. “Há uma grande distância
entre teoria e a prática e deve ser uma preocupação constante a possível
aplicação da teoria”. (AZEVEDO, 1980, p. 66-67).
A relação teoria e prática na formação
do educador são mais uma das problemáticas, que também está evidente nesse
processo, e que trata da formação dos profissionais de educação, quando nos
referimos ao estabelecimento de uma relação harmoniosa entre teoria e prática.
Convém afirmar que essa relação entre
teoria e prática não é objeto de preocupação única e exclusivamente dos
educadores, pois é sabido que para que ocorra uma boa aprendizagem é necessário
fazer uma reflexão crítica acerca desses fatores no âmbito escolar, essa visão
dicotômica está em sua forma mais radical isolados ou até mesmo opostos, já em
uma visão mais associativa, teoria e prática são pólos separados, mas
diferentemente da visão dicotômica, não são opostos (CANDAU, 2005).
Na verdade a prática deveria ser uma
aplicação da teoria. Se considerarmos que a diferença básica entre os seres
humanos e os outros seres vivos conhecidos se prende às possibilidades de suas
consciências, fica claro que toda atividade será mais ou menos humana na medida
em que vincula ou desvincula a AÇÃO À REFLEXÃO (CANDAU, 2005).
Só ao humano é permitida a percepção de
si mesmo, dos outros, dos seus próprios atos, do mundo e de toda a realidade
que o caracteriza, ao mesmo tempo em que pode ser modificada artificial e
intencionalmente por ele. É neste momento que percebemos a relação
Teoria/Prática. É inevitável a separação das duas. O que seria uma sem a outra?
Delimitando nossa área de análise à
realidade brasileira, podemos dizer que no caso da Educação Física, esta tem
sido incapaz de justificar a si mesma, quer como disciplina formal e
predominantemente educativa, quer como atividade que auxilie alguns aspectos do
desenvolvimento humano fora da escola e, em especial, no esporte de alta
competição ou de rendimento e até mesmo em exercícios físicos relacionados à
estética e a saúde.
Estas dúvidas surgem porque muito pouco
se têm estudado sobre a cultura corporal que fundamente a Educação Física; a
fim de chegarmos a um senso crítico bem apurado que nos dê status profissional
e mercado de trabalho, o desejo de todos. Mercado este saturado e ao mesmo
tempo carente de verdadeiros profissionais de Educação Física que conseguem
colocar em prática os conhecimentos teóricos adquiridos ao longo de suas
formações acadêmicas e após a mesma com dedicação e estudos constantes. Esta
associação da PRÁXIS (Relação Teoria/Prática), seria o possível sucesso de
qualquer profissão sendo que na Educação Física não seja diferente onde podemos
visualizar que qualquer prática humana, sem uma teoria que lhe dê suporte,
torna-se uma atitude tão estéril, apenas imitativa quanto uma teoria distante
de uma prática que a sustente (PEREIRA, 2003).
Estes princípios de teoria e prática
são de suma importância no contexto de ensino-aprendizagem, já que foi
constatada essa deficiência por parte de nossos educadores, a prática sempre
deve ser retificada para melhor adequar-se às exigências teóricas. Nesse
sentido, todos os componentes curriculares devem trabalhar a unidade
teórico-prática.
A metodologia utilizada pelo educador é
de suma importância nessa relação ensino-aprendizagem, sendo notório que existe
certa dificuldade por parte tanto de professores quanto alunos em fazer uma
correlação entre o conteúdo e a metodologia.
Essa situação torna-se mais agravante,
a partir do momento em que, mesmo tendo todas essas referências o educador não
consegue detectar que sua ação pedagógica nada mais é que uma proposta
ideológica imposta por uma política de educação para a elite social.
Vale ressaltar que existe uma relação
de subordinação por parte dos métodos/metodologia em face aos conteúdos, o que
deveria ser pelo menos equivalentes, no entanto no contexto vigente o que se
percebe é uma ênfase primordial na transmissão de conteúdos culturais
universais nas escolas.
No entanto, entende-se que esses
conteúdos programáticos deveriam estar atendendo às necessidades concretas de
vida dos alunos, fazendo uma relação entre conteúdo e contexto o qual estão
inseridos.
Diante dessa problemática, entende-se
que a metodologia utilizada assume uma importância fundamental no processo de
ensino-aprendizagem.
ASPECTOS SOCIOCULTURAIS E SOCIOECONÔMICOS
DA EDUCAÇÃO
Se analisarmos as transformações
ocorridas na humanidade nos últimos tempos, poderemos nos impressionar com
tamanha evolução tecnológica, que afeta não somente os setores econômicos como
também os socioculturais, e em especial, à ciência, onde esta última concerne
em suas origens a educação, e que segundo Chassot (2003), “[...] essas mudanças
poderão/deverão, ainda, transformar em um futuro muito próximo o nosso fazer
Educação, especialmente a profissão de Professor (a)”.
Desde a tecnologia molecular à
robótica, grandes são os feitos dessa nova moeda corrente que está em constante
desenvolvimento, possuindo em sua essência não somente benefícios prestados à
humanidade, como também, em seu lado mais obscuro, o qual prefere passar ignorado
aos olhares sociais, a promoção da exclusão social, que extingue profissões e
que aqui será ressaltada com ênfase ao âmbito educacional, o qual está em
constante debate.
Chassot (2003) em seu livro
Alfabetização Científica: Questões e Desafios para a Educação, aborda de forma
clara esse novo entrave do ensino brasileiro ao eleger a internet como elemento
da globalização que mais acelera o processo de escoamento de informações,
estabelecendo um paradoxo entre a educação de algumas décadas anteriores ao
momento atual, traçando todo um contexto histórico-social relativo aos
elementos de aprendizagem do estudante brasileiro, principalmente no que se
refere às modificações na escrita, indo desde as memoráveis lousas (pedras de
ardósia) ao surgimento da caneta esferográfica e até ao que hoje denominamos
como mais eficiente meio de trabalho e de normatização do meio educacional, o
computador, que, acoplado a uma rede mundial de informações conecta milhões de
usuários instantaneamente, tornando-os mais próximos quanto os próprios
vizinhos de bairro, fazendo da internet um recurso para ser um facilitador do
fornecimento de informações (CHASSOT, 2003)
Agora, com um clicar podemos mandar
dezenas de cartas, até com mais de uma centena de páginas, para os mais
distintos continentes e quase no mesmo instante elas poderão ser lidas e
respondidas pelos destinatários (CHASSOT, 2003, p. 401).
É interessante expor esses
questionamentos acerca de nosso ensino-aprendizagem, ao passo que a tecnologia
privilegia sim o progresso da educação e da ciência, mas esta também promove a
alienação no processo cognitivo e a defasagem de uma das personagens sociais de
fundamental importância no contexto social, o professor, o qual, em sua maior
parte, não possui condições econômicas de acompanhar este processo acelerado de
informatização, encontrando-se cada vez mais desatualizado e restringindo-se às
condições de mero transmissor de conteúdos, fugindo à sua competência de
formador de opiniões (CHASSOT, 2003).
O Conhecimento neste mundo capitalista
é uma propriedade que precisa ser comprada e é caro. A socialização da
informação não é feita, como se apregoa, com a internet. Ela ajuda a aumentar
os excluídos. Para enriquecer culturalmente, precisamos gastar (CHASSOT, 2003, p.
92).
Devemos atentar que, quando Chassot
(2003) declara sobre a exclusão através do acelerado processo de escoamento das
informações, não somente o professor torna-se um elemento de transgressão como
também os próprios alunos, especialmente aqueles de baixas classes sociais, que
em sua maioria não dispõem dos artefatos tecnológicos, o que nos leva a
considerar uma revisão da didática que deve ser aplicada em conjunto com estes
novos parâmetros educacionais de informação, na busca da construção do conhecimento
e formação de consciência crítica de nossos alunos.
De acordo com o exposto, faz-se a
seguinte interrogação: Como a didática pode contribuir para que a Escola possa
ser geradora e transformadora e não repetidora de conhecimentos?
Eis que surge Chassot (2003) com uma
sugestão para este problema, apoiando a prática da “rodinha da novidade”, a
qual daria o livre arbítrio aos alunos e alunas para que contassem aquilo que
foi significante nas suas descobertas, tais como o comentário dos filmes que
assistiram, os livros que leram, os sites que visitam com freqüência e que
merecem destaque por seu valor educacional. Dessa forma, professores e
professoras tornam-se os mediadores, reforçando as sugestões que parecem ser as
mais relevantes, abolindo a ditadura do livro-texto como a fonte do
conhecimento quase exclusiva, buscando outros abastecimentos mais atualizados e
mais pertinentes de conhecimento para a construção da cidadania crítica, uma
vez que, hoje, o que está em jogo é nossa capacidade de transmitir a informação
e a seleção desta para com ela fazer formação e transformar a educação num ato
político.
Processos avaliativos no contexto
educacional
Quando falamos de processos avaliativos
no contexto educacional, abre-se um grande leque onde o professor e aluno
caminham juntos. O professor tem que se adaptar ao meio e tentar transmitir sua
didática, partindo de um princípio onde o meio em que o aluno vive deve ser
levado em conta, assim buscando sua cultura e sua realidade. Daí então o professor
começa a apresentar para o aluno o mundo que ele não conhece (CANDAU, 1999).
O processo avaliativo está inteiramente
ligado ao sucesso e ao fracasso, devido ser um ato seletivo onde o aluno pode
ser aprovado ou reprovado. Até porque esse é um ato em que a tendência
observada é a supervalorização (CANDAU, 1999).
Um aluno que, não teve uma base
educativa, não pode ser comparado com um aluno que teve uma boa preparação
escolar; o que também se atribui a um fracasso na escola são os alunos de classes
sociais desfavorecidas, no qual estes por si só já se sentem excluídos e que o
resultado inevitável do ano letivo será a reprovação, ocasionando um problema
ainda maior, quando é notório que esses educandos somente ocuparão uma carteira
na escola (MELLO, 1991).
Isso não quer dizer que a permanência
do aluno na escola não seja positiva, pelo contrário, esta permanência é
importante, pois, o aluno tem uma chance de aprender com o seu próprio ritmo,
afastando o fantasma da reprovação que por pressão do trabalho ou por falta de
estímulo o educando abandona a instituição de ensino; o que não é correto é o
aluno passar sem aprender.
Visando assim a escola fica apenas com
o papel político de garantir um lugar no status quo. Convém
destacar que esse processo avaliativo é importante e necessário à prática de
ensino, mas os educadores não podem se ater a um único método de avaliação e
sim inovar com criatividade, vendo também as especificidades de cada educando,
a partir do princípio da individualidade incluindo também o contexto social.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A didática para assumir um papel
significativo na formação do educador não poderá reduzir-se e dedicar-se
somente ao ensino de meios e mecanismos pelos quais desenvolvem um processo de
ensino-aprendizagem, e sim, deverá ser um modo crítico de desenvolver uma
prática educativa forjadora de um projeto histórico, que não será feito tão
somente pelo educador, mas, por ele conjuntamente com o educando e outros
membros dos diversos setores da sociedade.
A didática deve servir como mecanismo
de tradução prática, no exercício educativo, de decisões filosófico-políticas e
epistemológicas de um projeto histórico de desenvolvimento do povo. Ao exercer
seu papel específico estará apresentando-se como o mecanismo tradutor de
posturas teóricas em práticas educativas. Os métodos avaliativos constituem uma
importância do professor no papel de educador, qualificando seus métodos de
forma que o educando tenha seus princípios individuais respeitados, já nem
sempre a realidade é igual para todos no que diz respeito ao contexto social
(OLIVEIRA, 1998).
Portanto, é necessário redesenhar o
educador, tornando-o um indivíduo compromissado com um defensor de uma idéia
mais igualitária, pois sabe que o estudante na escola pública nada mais é que o
povo na escola. Este novo educador seria aquele que encara a educação como uma
problematização, que propõem aos homens sua própria vida como um desafio a ser
encarando, buscando a transformação.
REFERÊNCIAS
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MELLO, Guiomar Namo de. Políticas
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