Autoria:
1 - Profa. Dra. Leny Magalhães Mrech. Faculdade de Educação da Universidade
de São Paulo.
1. INTRODUÇÃO
A chamada Educação Inclusiva teve início nos
Estados Unidos através da Lei Pública 94.142, de 1975 e, atualmente, já se
encontra na sua segunda década de implementação.
Há em todo Estados Unidos o estabelecimento de
programas e projetos dedicados à Educação Inclusiva:
1) O departamento de Educação do Estado da
Califórnia iniciou uma política de suporte às escolas inclusivas já
implantadas;
2) O Vice- Presidente Al Gore criou uma Supervia de
Informática direcionada à uma política de telecomunicações baseada na ampliação
da rede de informações para todas as escolas, bibliotecas, hospitais e
clínicas.
3) Há um cruzamento entre o movimento da Educação
Inclusiva e a busca de uma escola de qualidade para todos;
4) Há propostas de modificações curriculares
visando a implantação de programas mais adaptados às necessidades específicas
das crianças portadoras de deficiência. Tendo sido dada uma ênfase especial no
estabelecimento dos componentes de auto-determinação da criança portadora de
deficiência. As equipes técnicas das escolas também sido trabalhadas para
fornecer um atendimento mais adequado ao professor de classe comum.
5) Há o acompanhamento, através de estudos e
pesquisas, a respeito dos sujeitos que passaram por um processo de educação
inclusiva. Eles tem sido observados através da análise de sua rede de relações
sociais, atividades de laser, formas de participação na comunidade, satisfação
pessoal,etc. Um dos maiores estudos de follow-up é o da Universidade de
Minnesota que apresenta um Estudo Nacional de Transição Longitudinal.
6) Também tem sido acompanhados os Serviços dos
Programas de Educação que trabalham com a Educação Inclusiva.
7) Boa parte dos estados norteamericanos estão
aplicando a Educação InclusivaI : Estado de New York, Estado de Massachussets,
Estado de Minnesota, Estado de Daytona, Estado de Siracusa, Estado de West
Virgínia, etc.
Fora dos Estados Unidos a situação também não é
diferente. O mais conhecido centro de estudos a respeito de Educação Inclusiva
é o CSIE( Centre for Studies on Inclusive Education ) da Comunidade Britânica,
sediado em Bristol. É dele que tem partido os principais documentos a respeito
da área da Educação Especial: 1. O CSIE - International
Perspectives on Inclusion; 2. O Unesco Salamanca Statement(1994); o UN Convention
on the Rights of the Child(1989); o UN Standard Rules on the Equalisation of
Opportunities for Persons with Disabilities(1993).
Um dos documentos mais importantes atualmente é o
Provision for Children with Special Educational Needs in the Asia Region que
inclui os seguintes países: Bangladesh, Brunei, China, Hong Kong, India,
Indonesia, Japão, Corea, Malaysia, Nepal, Paquistão, Filipinas, Singapura, Sri
Lanka e Tailandia. Mas, há programas em todos os principais países do mundo:
França, Inglaterra, Alemanha, México, Canadá, Itália, etc.
2. A ESCOLA INCLUSIVA
Por EDUCAÇÃO INCLUSIVA SE ENTENDE O PROCESSO DE
INCLUSÃO DOS PORTADORES DE NECESSIDADES ESPECIAIS OU DE DISTÚRBIOS DE
APRENDIZAGEM NA REDE COMUM DE ENSINO EM TODOS OS SEUS GRAUS. Da pé-escola ao
quarto grau. Através dela se privilegiam os projetos de escola, que apresenta
as seguintes características:
1. Um direcionamento para a Comunidade - Na escola
inclusiva o processo educativo é entendido como um processo social, onde todas
as crianças portadoras de necessidades especiais e de distúrbios de
aprendizagerm têm o direito à escolarização o mais próximo possível do normal.
O alvo a ser alcançado é a integração da criança portadora de deficiência na comunidade.
2. Vanguarda - Uma escola inclusiva é uma escola
líder em relação às demais. Ela se apresenta como a vanguarda do processo
educacional. O seu objetivo maior é fazer com que a escola atue através de
todos os seus escalões para possibilitar a integração das crianças que dela
fazem parte.
3. Altos Padrões - há em relação às escolas
inclusivas altas expectativas de desempenho por parte de todas as crianças
envolvidas. O objetivo é fazer com que as crianças atinjam o seu potencial
máximo. O processo deverá ser dosado às necessidades de cada criança.
4. Colaboração e cooperação - há um privilegiamento
das relações sociais entre todos os participantes da escola, tendo em vista a
criação de uma rede de auto-ajuda.
5. Mudando papéis e responsabilidades - A escola
inclusiva muda os papéis tradicionais dos professores e da equipe técnica da
escola. Os professores tornam-se mais próximos dos alunos, na captação das suas
maiores dificuldades. O suporte aos professores da classe comum é essencial,
para o bom andamento do processo de ensino-aprendizagem.
6. Estabelecimento de uma infraestrutura de
serviços - gradativamente a escola inclusiva irá criando uma rede de suporte
para superação das suas maiores dificuldades. A escola inclusiva é uma escola
integrada à sua comunidade.
7. Parceria com os pais - os pais são os parceiros
essenciais no processo de inclusão da criança na escola.
8. Ambientes educacionais flexíveis - os ambientes
educacionais tem que visar o processo de ensino-aprendizagem do aluno.
9. Estratégias baseadas em pesquisas - as
modificações na escola deverão ser introduzidas a partir das discussões com a
equipe técnica, os alunos , pais e professores.
10. Estabelecimento de novas formas de avaliação -
os critérios de avaliação antigos deverão ser mudados para atender às
necessidades dos alunos portadores de deficiência.
11. Acesso - o acesso físico à escola deverá ser
facilitado aos indivíduos portadores de deficiência.
12. Continuidade no desenvolvimento profissional da
equipe técnica - os participantes da escola inclusiva deverão procurar dar
continuidade aos seus estudos, aprofundando-os.
3. O ESTABELECIMENTO DOS SUPORTES TÉCNICOS
Deverão ser privilegiados os seguintes aspectos na
montagem de uma política educacional de implantação da chamada escola
inclusiva:
1. Desenvolvimento de políticas distritais de
suporte às escolas inclusivas;
2. Assegurar que a equipe técnica que se dedica ao
projeto tenha condições adequadas de trabalho.
3. Monitorar constantemente o projeto dando suporte
técnico aos participantes, pessoal da escola e público em geral.
4. Assistir as escolas para a obtenção dos recursos
necessários à implementação do projeto.
5. Aconselhar aos membros da equipe a desenvolver
novos papéis para si mesmos e os demais profissionais no sentido de ampliar o
escopo da educação inclusiva.
6. Auxiliar a criar novas formas de estruturar o
processo de ensino-aprendizagem mais direcionado às necessidades dos alunos
7. Oferecer oportunidades de desenvolvimento aos
membros participantes do projeto através de grupos de estudos, cursos, etc.
8. Fornecer aos professores de classe comum
informações apropriadas a respeito das dificuldades da criança, dos seus
processos de aprendizagem, do seu desenvolvimento social e individual.
9. Fazer com que os professores entendam a
necessidade de ir além dos limites que as crianças se colocam, no sentido de
levá-las a alcançar o máximo da sua potencialidade.
10. Em escolas onde os profissionais tem atuado de
forma irresponsável, propiciar formas mais adequadas de trabalho. Algumas delas
podem levar à punição dos procedimentos injustos.
11. Propiciar aos professores novas alternativas no
sentido de implementar formas mais adequadas de trabalho.
4. O CONCEITO DE INCLUSÃO
A inclusão é :
- atender aos estudantes portadores de necessidades
especiais na vizinhanças da sua residência.
- propiciar a ampliação do acesso destes alunos às
classes comuns.
- propiciar aos professores da classe comum um
suporte técnico.
- perceber que as crianças podem aprender juntas,
embora tendo objetivos e processos diferentes
- levar os professores a estabelecer formas
criativas de atuação com as crianças portadoras de deficiência
- propiciar um atendimento integrado ao professor
de classe comum
5. O CONCEITO DE INCLUSÃO NÃO É
- levar crianças às classes comuns sem o acompanhamento do professor especializado
- ignorar as necessidades específicas da criança
- fazer as crianças seguirem um processo único de
desenvolvimento, ao mesmo tempo e para todas as idades
- extinguir o atendimento de educação especial
antes do tempo
- esperar que os professores de classe regular
ensinem as crianças portadoras de necessidades especiais sem um suporte
técnico.
6. DIFERENÇAS ENTRE O PRINCÍPIO DA NORMALIZAÇÃO E
DA INCLUSÃO
O princípio da normalização diz respeito a uma
colocação seletiva do indivíduo portador de necessidade especial na classe
comum. Neste caso, o professor de classe comum não recebe um suporte do
professor da área de educação especial. Os estudantes do processo de normalização
precisam demonstrar que são capazes de permanecer na classe comum.
O processo de inclusão se refere a um processo
educacional que visa extender ao máximo a capacidade da criança portadora de
deficiência na escola e na classe regular. Envolve fornecer o suporte de
serviços da área de Educação Especial através dos seus profissionais. A
inclusão é um processo constante que precisa ser continuamente revisto.
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